Síntese e aplicação da zeólita LTA na remoção de bário de água produzida
Palavras-chave:
Água produzida, Zeólita, Sorção, BárioResumo
Durante o processo de extração de petróleo, ocorre a geração de grandes quantidades de água produzida (AP) com composição química complexa. Um dos principais componentes da AP é o bário, um metal pesado prejudicial ao meio ambiente e à saúde de seres vivos. Se descartada de forma incorreta, a AP pode poluir tanto o solo quanto as águas, representando um risco para o ambiente e para os seres vivos. No contexto industrial, a gestão dessa água também implica em altos custos, sendo uma parcela significativa das despesas de produção. Entre os métodos utilizados para o tratamento de águas contaminadas, a adsorção é uma técnica que já foi empregada com eficácia na remoção de substâncias tóxicas, como óleos e metais pesados. Um material que tem se destacado nesse processo são as zeólitas, conhecidas por sua capacidade de realizar trocas iônicas e adsorver cátions metálicos. Destaca-se ainda a zeólita LTA que é sintetizada de forma sustentável, sem agentes orgânicos, tornando o processo mais barato, menos poluente e facilitando sua recuperação e reutilização. Diante disso, o objetivo do trabalho foi sintetizar e caracterizar a zeólita LTA com o intuito de aplicá-la no tratamento da água produzida de uma empresa situada em Mossoró, RN. O método utilizado para sintetizar a zeólita foi o hidrotérmico, e suas propriedades estruturais e morfológicas foram avaliadas por difração de raios-X (DRX) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Além disso, a AP foi analisada por Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-OES) para identificar a presença de metais pesados. A partir dos dados obtidos, os testes de adsorção focaram na remoção de íons Ba²⁺ em uma solução sintética contendo 40 ppm de bário e na AP real. Os resultados indicaram que a zeólita LTA foi sintetizada com sucesso, uma vez que o DRX apresentou os índices de Miller característicos segundo o banco de dados da IZA e o MEV evidenciou uma morfologia definida de cristais cúbicos com bordas chanfradas, padrão típico do material. A análise por ICP-OES detectou bário (29,21 mg/L) e manganês (3,978 mg/L) acima dos limites da Resolução CONAMA 430/2011 (5,0 mg/L e 1,0 mg/L, respectivamente). Os demais metais, como arsênio, cádmio, chumbo, cobre, níquel e zinco, ficaram abaixo dos limites de detecção ou dentro dos padrões. No teste de sorção com a solução sintética de bário observou-se uma remoção de quase 100%, reduzindo a concentração para menos de 0,0001 mg/L. Já no teste de sorção na AP real, a concentração de bário reduziu de 21,170 mg/L para aproximadamente 15,510 mg/L, resultando em uma taxa de remoção de 24,35%. A eficiência da zeólita LTA na sorção deve-se à sua alta concentração de alumínio, que aumenta a quantidade de cátions de compensação em sua estrutura. No entanto, apesar da redução, na AP real os níveis de bário permaneceram acima do limite de 5,0 mg/L estipulado pela Resolução CONAMA 430/2011. Esse fato pode estar atribuído à presença de outros cátions e ânions, como cloretos, na composição da AP que interferem no processo de remoção, limitando a eficácia do tratamento. Assim, os resultados indicam que a zeólita LTA foi eficaz na sorção do bário na água produzida, mas otimizações são necessárias para aumentar a taxa de remoção.
Downloads
Referências
B. G. P. Bezerra, et al. J Environ Chem Eng. 2019, 7, 103006.
E. H. Khader, et al. Clean Technol Environ Policy. 2022, 24, 713–20.
I. T. Gabardo; E. B. Platte; A. S. Araujo. Springer New York. 2011, 89–113.
B. G. P. Bezzera. Journal of Environmental Chemical Engineering. 2019, 7, 103006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Raissa Silva, Ana Pereira, Weslen Silva, Amanda Gondin, Anne Santos, Vinicius Caldeira (Autor)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.